Entre as teses propostas, não regulamentação da profissão foi a que causou mais controvérsias e acabou sendo alterada
Durante os trabalhos da Comissão “A Educação, a Profissão e o Mercado”, a necessidade de adaptação constante às transformações vividas pelo mundo moderno, além de profundas mudanças para adequar novos profissionais e instituições de ensino à nova realidade foram consenso entre os participantes.
Na opinião de Julio Ribeiro, presidente do Grupo Talent e palestrante convidado da Comissão, vivemos hoje a era de maior transformação na história da humanidade e as respostas durante muito tempo decoradas pelos profissionais da comunicação não respondem mais às perguntas feitas pelo mercado como um todo. “Hoje em dia os clientes não chegam mais com o briefing pronto para as agências, mas pedem para que nós publicitários pensemos no trabalho como um todo. Faz parte da nova realidade das agências de publicidade fazerem novas perguntas e trazerem fatos novos aos anunciante”, disse Ribeiro.”Precisamos incentivar os alunos que estão ingressando na profissão a questionarem e deixarem de lado a passividade muitas vezes imposta pela instituições de ensino”, acrescentou.
De acordo com Luiz Fernando Garcia, secretário da Comissão, os alunos que entram na faculdade com uma média de 18 anos ainda não possuem grande capacidade de percepção de seu papel humano e cidadão, por isso é preciso repensar a formação desses profissionais de modo que eles possam entender em primeiro lugar seus papéis dentro da sociedade. “Quando o jovem conpreende seu lugar no mundo e forma seus valores, a visão crítica se torna uma consequência natural”, acredita Garcia. “É muito necessário também diminuir a distância que há entre escolas e empresas/agências para que os estudantes compreendam o mercado de trabalho que os esperam”, disse.
Já Jean Charles Zazzoli, coordenador do Núcleo Publicidade e Propaganda da Intercom, as pesquisas são ferramentas fundamentais para estudar as transformações cada vez mais aceleradas do mercado e repassá-las aos profissionais. “As pesquisas têm que ser inovadoras e adaptadas à contemporaneidade”, disse.
Entre as cinco teses apresentadas pela Comissão, apenas a que diz respeito à regulamentação da profissão de publicitário causou discussão e acabou não aprovada como constava no relatório inicial. Diante de grande manifestação dos congressistas contra a proposta da Comissão em não regulamentar a profissão, acabou decido pela maioria dos votos que o item será reformulado. “Colocaremos a sugestão de que assunto seja discutido de maneira mais profunda pela Comissão permanente que será criada pela organização do IV Congresso”, afirmou Francisco Gracioso, presidente da comissão e conselheiro associado da ESPM. Também serão acrescentados ao relatório final itens como a valorização dos professores e a internacionalização dos currículos.
autora: Mariana Ditolvo
fonte: Meio e Mensagem