“Queremos fazer um site”, normalmente é assim que é iniciado a primeira reunião entre uma agência e um cliente que se aproxima a este canal.
Na realidade, aquilo que o cliente pensa, na sua maioria, é que o canal digital é um canal autônomo, e é visto por algumas empresas como uma forma de digitalizar o catálogo dos seus produtos e serviços.
Na realidade, todos nós sabemos que este canal não é mais que “um canal” de comunicação com características próprias e com um público identificável, talvez numa forma ainda mais apurada que nos canais off-line.
Assim, na maioria dos casos, o site é construído geralmente como catálogo/produtos a propor ao mercado, embora haja excepções.
O consumidor acessa o site à procura apenas do produto? É nesta forma que conseguimos dar repostas às necessidade dos clientes? A meu ver não.
A resposta está no domínio do marketing e na construção dos sites, no cumprimento das indicações que todos os marketeers conhecem de como enfrentar o mercado.
Todos nós sabemos que a correcta aproximação ao mercado consta, na fase de análise, em identificar os segmentos que constituem o nosso mercado-alvo. Segmentos que cumpram as características específicas sugeridas pelos manuais de marketing desde o 1968 (Kotler).
Mensurabilidade, acessibilidade, importância, praticabilidade, se não tiverem estas características, não são definíveis como segmentos. Ainda que para efectivamente serem considerados segmentos, os elementos que os compõem têm que ser homogéneos no interior do grupo, mas heterogéneos entre segmentos. Depois deste processo de segmentação, poderemos posicionar a nossa oferta e implementar a nossa política de marketing mix. Como Kotler sugere, o processo é composto pelas seguintes fases: Segmentar, definir mercado objectivos, posicionar e definir marketing mix ( 4 Ps: Product, Price, Placement and Promotion).
Assim, sendo a comunicação um dos 4 Ps do marketing, e considerando que a comunicação digital é uma categoria específica da comunicação, o problema é construir o site na óptica do marketing e não na óptica do produto.
A resposta é: segmentar, segmentar, segmentar.
O site terá que dar resposta e ser construído em função dos segmentos que identifiquei na fase de análise de marketing.
Mais que propor a família de produto A, B, C há que identificar o segmento A, B, C do meu mercado, quais as características a comunicar e quais as palavras-chave a associar a cada página.
As pessoas do meu mercado-alvo, procuram um destino turístico (Itália, Espanha, Portugal) ou procuram uma experiência (aventura, luxo, namoro)?
Se os sites conseguirem dar resposta à segmentação que identifiquei, então serão fontes de negócio.
autor: Francesco Berrettini
fonte: Marketing Tecnológico