Difusão de acesso mais rápido não justificativa o uso de elementos que demoram a carregar. Versões diferentes nem sempre resolvem. Só pegue pesado se o público alvo é realmente heavy.
Há o argumento de que o computador é multitarefa e sempre se pode alterar entre janelas enquanto se carrega o site. É verdade que os mais íntimos do computador o fazem com freqüência, mas a maior parte das pessoas pode até saber que pode fazer isso, mas não o faz porque suas mentes não são multitarefa. Escutar rádio enquanto navega na web e come biscoitos é natural para profissionais de tecnologia, mas para as outras pessoas não. É bem verdade que essa forma de pensar está cada vez mais sendo requisitada pela nossa sociedade, mas devemos nos lembrar que nós estamos na ponta nesse assunto.
Qual o segredo então para não pesar demais o site?
– Perguntar na entrada a versão que o usuário deseja ver (pesada ou leve)? Péssimo. Adiciona um clique a mais a qualquer coisa que o usuário queria fazer no website e pode afugentar usuários sem paciência. Além disso, o usuário de linha discada pode ir na versão pesada só pra ver o que estaria perdendo se não entrasse nela. Além de frustrado com a velocidade, ele se sente humilhado por não poder usar o website com seu equipamento
– Detectar automaticamente a velocidade de conexão e redirecionar? Falível. Mesmo as conexões de banda larga oscilam a velocidade.
– Dividir Flash em vários arquivos externos? Desperdício. Flash, assim como HTML, usa fluxo de dados e pode exibir conteúdo antes que todo o arquivo tenha sido carregado. Se ele carrega o frame e o exibe, basta separar o conteúdo principal para aparecer sozinho nos primeiros frames, no segundo frame aparece o conteúdo secundário e assim por diante.
– Estrutura em HTML e conteúdo rico juntos? Melhor. Porém, alguns usuários vão esperar carregar o conteúdo rico antes de começar a navegar ou ler o resto do site.
– Generalizar versão leve e ter seções especiais onde se utiliza o conteúdo rico? Boa, mas por outro lado desperdiça a oportunidade de fornecer uma experiência rica consistente, que permeie todo o website.
– Segmentar por público-alvo (exemplo: usuário escolhe versão do site para casa ou empresa)? Pode parecer perfeito, mas pode causar confusão quando alguém estiver visitando o site em casa e tiver objetivos coorporativos. Também pode ser problema para uma pequena empresa que costuma adquirir produtos feitos para o lar.
Se todas essas abordagens têm problemas, o que fazer? Direcionar para o cliente de maior valor é a resposta. Custa muito ser o melhor para todos ao mesmo tempo e não é possível ser 100%. Melhor escolher a parte do público que mais interessa a empresa e projetar o site para ele. Quando se elabora algumas personas para usuários, fica mais fácil visualizar isso. Pesquisas de marketing somente já podem dar uma boa base pra decisão. Até mesmo o chutômetro de um profissional que conheça bem o negócio é razoável.
Mas o qual é o cliente mais interessante? Pode ser aquele que compra mais, pode um interessado em parceria comercial, pode ser um atrás do serviço de atendimento ao consumidor… Vai depender da estratégia da empresa. Se estiver bem definido o propósito e o escopo do website, vai ser fácil. Do contrário (como é mais comum), vai exigir alguma investigação, mas nada que uma boa conversa com o responsável pelo marketing da empresa que não clareie.
Projetar para esse cliente-alvo é simples. Basta se perguntar a cada decisão: “será que ele vai gostar disso?” Visão crítica, se colocar no lugar do outro. Claro que não é possível ter certeza do gosto do cliente, por isso os testes que envolvem usuários potenciais são tão úteis. Testes de usabilidade, grupos de foco, entrevistas e outros métodos de design centrado no usuário mostram exatamente (ou quase) o que o cliente pensa. O foco no cliente de maior valor é muito mais barato e rentável do que fazer testes com todos os tipos de clientes potenciais. Não há tantas contradições a gerenciar e um cliente feliz vale mais do que cinco clientes apenas satisfeitos. [Webinsider]