Em um comentário recente nas redes sociais, sugeri que outra pessoa interessada em branding poderia se aprofundar mais no assunto. Uma sugestão simples, até gentil que dei: estude, pesquise, aprofunde-se. E o comentário de uma terceira pessoa veio com espanto e indignação: “Nem se sabe a profissão do cara e já está mandando ele estudar… socorro!”. O que era para ser uma troca virou um ataque pessoal. E, com isso, surge a pergunta: em que momento sugerir estudo virou ofensa?
Esse episódio, que poderia ser só mais um ruído típico da internet, revela algo mais sério — e cada vez mais comum — no ambiente profissional: a dificuldade de lidar com o que é, no fim das contas, apenas um convite ao crescimento.
A Fragilidade Disfarçada de Posicionamento
Existe uma diferença enorme entre criticar e sugerir. Mas, para muitos, qualquer forma de apontamento ou direcionamento já soa como ataque. É como se o simples ato de indicar um caminho de estudo colocasse em xeque a competência da pessoa. A vaidade entra em cena, e o profissional se fecha em uma postura defensiva que empobrece qualquer debate.
Se você reage com irritação a uma sugestão de aprendizado, talvez seja hora de se perguntar: por quê? O incômodo está na fala do outro ou na sua própria insegurança?
Humildade Não é Submissão
Há uma crise de humildade no mercado. O ego, inflado por curtidas, seguidores ou por uma vaga júnior mal compreendida, transforma qualquer troca em disputa. Ser humilde para aprender não significa ser menor. Pelo contrário: é um dos traços mais nobres de quem realmente quer crescer.
Saber pouco sobre um tema não desqualifica ninguém — mas se recusar a aprender, sim. E, infelizmente, temos visto profissionais que acham ofensivo serem lembrados disso.
A Confusão Entre Autoridade e Curiosidade
Outra distorção comum: achar que para sugerir algo a alguém é preciso saber primeiro sua formação ou cargo. Isso não faz sentido. Se uma pessoa expressa curiosidade sobre um assunto, ela está, implicitamente, abrindo espaço para ouvir. A curiosidade deveria ser celebrada, não vigiada. Não é preciso checar o LinkedIn de alguém para indicar um livro, um autor ou uma linha de pensamento.
A troca saudável é aquela em que ninguém precisa pedir licença para sugerir aprendizado.
O Mercado Não Perdoa o Orgulho
Enquanto alguns brigam por ego nos comentários, o mercado continua sendo pragmático. Ele não tem tempo para vaidades. Premia quem se atualiza, quem estuda, quem tem disposição para ir além do que já sabe. Ser reativo a qualquer provocação intelectual é um risco para quem quer se manter relevante — e crescer.
Oportunidade ou Ameaça?
No fim das contas, toda sugestão pode ser vista de duas formas: como uma ameaça ou como uma oportunidade. A escolha é de quem escuta.
Se alguém diz “vale a pena estudar sobre isso”, a resposta mais inteligente talvez não seja “você nem sabe minha profissão”, mas sim: “tem alguma indicação para começar?”. É assim que se constrói uma carreira. Com menos vaidade e mais vontade.
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