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Qual é a função do estágio?

É unânime entre especialistas: aprender é a principal função do estágio. O universitário/aprendiz, com pouca ou quase nenhuma experiência sai da casca do ovo e abre os olhos para um novo mundo em que terá de lidar com relações interpessoais, ética e responsabilidade entre outros valores fundamentais para sua sobrevivência e crescimento profissional. Na maior parte das vezes, a vivência é dolorosa, já que o clima amistoso do lar e o mundinho descontraído da faculdade ficam pra lá de longe da selva que é o universo corporativo. Por outro lado, isto faz parte do crescimento e não há como negar, trata-se de uma experiência única que todo jovem tem que passar para amadurecer. (Saiba mais sobre este processo nos links ao lado)

Segundo o supervisor de Administração de estágios da Central de Estágios da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Ronaldo Martins, é durante o estágio que o estudante começa a moldar seu caráter como profissional. Com o tempo, o estudante que vê o estágio como alternativa para pagar os livros e dar conta das baladas de final de semana, dá espaço para a criação de um novo ser, com responsabilidade, acima de tudo. Moldar este caráter, no entanto, não é nada fácil. Além do interessante do estudante, outros atores têm presença determinante neste cenário, a universidade e as empresas.

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O mercado de trabalho demonstra cada vez mais interesse por aprendizes. Há empresas que aproveitam os jovens talentos ensinando-os o seu modo de trabalhar, para que, no futuro, disponham de talentos customizados às suas necessidades. No entanto, num cenário em que muitas empresas vêem no estudante uma forma de ecnomizar dinheiro por meio da exploração da mão-de-obra barata, não é raro encontrar companhias que contratem um estudante à espera de um profissional, mas com interessem em remunerá-lo como estudante. “A gente sabe que têm muita empresa por aí que não oferece nada além de trabalho, cobra tanto como de um profissional e paga muito menos do que deveria”, alerta Martins.

Para se proteger destas verdadeiras “barcas furadas”, vale lembrar que você não está sozinho. O melhor é buscar ajuda na sua própria universidade. Além de oferecer o conhecimento ao estudante, as universidades desempenham um papel estratégico na hora de colocar seus alunos no mercado de trabalho. Tradicionalmente as IES (Instituições de Ensino Superior) mantêm em seus campi uma central de estágio, setor responsável pelo anúncio de vagas e colocação de estudantes. Embora muitas delas passem despercebidas, já que, antenados com a Internet, boa parte dos alunos opta por cadastrar seus currículos nos bancos de dados online, elas existem não só para facilitar a vida, mas também para proteger os alunos.

Martins explica que na PUC-SP o papel da central de estágios é servir como filtro para o estudante, levando até ele apenas as melhores vagas alinhadas a seu perfil. “Nosso papel é facilitar a vida do aluno. Ao invés de uma busca aleatória, a gente separa o que há de melhor, dentro de empresas em que confiamos”, diz. Para se ter uma idéia do trabalho desenvolvido pela instituição, antes de uma empresa ter acesso aos alunos, elas passam por uma triagem que é feita pela coordenadoria de estágios. O objetivo é conhecer o programa de jovens talentos de cada uma e as condições de trabalho oferecidas aos estudantes. Se aprovadas, elas podem cadastrar suas vagas no banco de dados da central de estágio. Os estudantes, por sua vez, só terão acesso às vagas depois de uma triagem sobre o que é oferecido e uma adequação ao seu próprio perfil. Atividades realizadas por um profissional da central de estágios. “A idéia é que eles realmente recebem uma vaga interessante, sem que percam tempo recebendo oportunidades que não atendam as suas necessidades”, explica.

Diálogo entre empresas e estudantes

Enviar um estagiário para uma empresa é uma tarefa de risco assumida pela central. Assim, os profissionais envolvidos estão sempre de olho para coibir ações prejudiciais aos alunos. Martins revela que já houve casos de empresas cujos contratos de parceria de estágio com a instituição foram cancelados porque elas não cumpriam seu papel na formação dos futuros profissionais. “Há muitas empresas que querem estagiários mas não têm interesse em dar treinamento, nem supervisão para que ele realize suas atividades”, destaca o supervisor. A reclamação de Martins também se repete dentro dos departamentos de RH (Recursos Humanos) das próprias empresas. A analista de RH da Promon, Raphaela Machado diz que já aconteceu de gerentes de outras empresas, recém-chegados a Promon, cometerem uma gafe deste tipo. “Uma vez um profissional me procurou e disse: Rafaela, preciso de um estagiário para ontem. Aí eu respondo, desculpe, mas então você precisa de um profissional, porque um estagiário tem que passar por treinamento”, conta.

A psicóloga acredita que, na maior parte das vezes, isto acontece pela falta de conhecimento dos profissionais sobre as atribuições dos estagiários e suas reais necessidades, já que a percepção de que jovens talentos precisam de treinamento e orientação não é tão disseminada nas empresas. “Nem todas as companhias têm um programa consolidado para a contratação de estudantes. Quando profissionais destas empresas migram para outras mais desenvolvidas neste sentido acabam levando uma visão equivocada de que o estudante deve ser tratado como profissional. Nestes casos, vale a orientação do RH para evitar problemas”, explica.

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Para fazer a ponte entre universidades- empresas no quesito contratação de estagiários, existem centros de integração como o CIEE (Centro de Integração Empresa Escola) espalhados pelo Brasil todo e outras agências de integração que visam facilitar o ingresso dos estudantes e ajudar na supervisão do estágio. A coordenadora de estágios da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) Vera Lúcia Rezende, explica que partiu da universidade estabelecer uma parceria com o CIEE em Minas Gerais e, também, com a FUNDEP (Fundação Mendes Pimentel) para colocar os estudantes no mercado de trabalho e ter controle se suas atividades realmente dão condições para que eles se tornem bons profissionais.

No caso do CIEE-Minas, a parceria se estabelece para que os estudantes consigam uma colocação em companhias do setor privado, já a parceria com a FUNDEP funciona como uma espécie de filtro para estudantes das licenciaturas que precisam cumprir estágios obrigatórios. Em geral, o FUNDEP oferece vagas no setor público, em cursos em que é mais difícil recolocar estudantes, como os casos de Sociologia, Pedagogia, Assistência Social, além de outras licenciaturas exóticas, como Letras-Latim”, explica Vera Lúcia. Em geral, estudantes dos cursos ligados à Saúde, também são beneficiados com o FUNDEP. Segundo a professora, há muita dificuldade das universidades em encontrar estágio para estes estudantes. Por isso, estabelecer estas parcerias foi fundamental. “Nossa preocupação é que nossos alunos cheguem ao mercado com experiência profissional. Embora tenham os laboratórios para que eles façam estágio, acreditamos na importância de uma vivência no mercado de trabalho, seja ele no setor público ou privado”, defende.

fonte: Universia

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