Você já deve ter visto alguns cursos por aí sendo divulgados pelas redes sociais a fora e no texto de divulgação havia a palavra FACILITADORES e logo embaixo uma relação de profissionais que participariam deste curso, afinal, o que estes facilitadores fazem?
O facilitador é alguém que ajuda um grupo de pessoas a compreender os seus objectivos comuns e os ajuda a planear para alcançar esses objetivos sem tomar uma posição particular na discussão.
O papel de um facilitador eficaz está intimamente ligado com o ambiente (contexto) onde se vai desenrolar. É importante esta observação porque a cultura da organização ou da região onde se desenrola a atividade de facilitação podem condicionar o trabalho do facilitador.
As competências de um facilitador assumem o verdadeiro significado da palavra: competência é resultado.
O facilitador deve distinguir os processos do conteúdo e é capaz de estimular a participação e a criatividade.
Embora não tenha uma intervenção ativa na transmissão de conhecimento, o facilitador tem de demonstrar sabedoria e realçar a sabedoria do grupo. É verdade que o todo é maior que a soma das partes.
Na atividade de facilitação nada fica ao acaso, o tempo e o espaço físico são trabalhados intencionalmente, o que faz com que se adapte á evolução do grupo e dos acontecimentos.
Sendo capaz de manter a objetividade, um facilitador, está sempre atento à dinâmica do grupo e assume a responsabilidade pela direcção que o grupo toma. Não há lugar a subjectividades distractivas, nem a desvios dos seus propósitos.
Facilitar significa tornar mais fácil e não aproveitar complexidades para evidenciar habilidades.
Um facilitador demonstra o profissionalismo, auto-confiança e autenticidade, o que se traduz em integridade pessoal.
Bem, mas se ele tem um conjunto de competências tão exigentes, como é que ele as aplica ou evidencia?
O facilitador não diz! O facilitador utiliza um conjunto de perguntas, de acordo com a temática onde está envolvido, para realçar o potencial de cada membro do grupo.
O facilitador diz, mas para cumprimentar ou retribuir cumprimentos que lhe são dirigidos. No fundo um facilitador é um pessoa “bem-educada”, que é capaz de se conectar e estabelecer relações. Por isso evita a orientação para a tarefa.
Usando as sua competência relacionais o facilitador não espera que alguém inicie as conversas e toma a iniciativa, usando o pedido de opinião e não sugerindo algo que pensa.
Ele é capaz de ouvir ativamente portanto promove a negociação, não manifestando intenções directivas na tomada de decisão. Essa negociação é feita com inteligência emocional, sendo capaz de vibrar mas afastando-se de reacções inoportunas.
Capaz de persuadir, não utiliza abordagens sistémicas, dando pouco lugar à análise e beneficiando a intuição. A intuição resulta das experiências vividas e os grupos são uma boa fonte para a obtenção de respostas intuitivas.
Ao manter constante o grande plano dos seus objetivos, o facilitador promove o trabalho sobre os aspectos nucleares. Ele aconselha e não usa a autoridade como se o grupo fosse um pelotão militar.
Dominando a observação, o facilitador é capaz de alavancar a curiosidade por parte dos membros do grupo e retirar, de aspectos simples do quotidiano, analogias que favorecem a resolução de problemas.
Facilitar é um trabalho que requer uma boa relação com os membros do grupo, liberta a criatividade e torna eficaz a transferência de conhecimento.
Os papéis do facilitador
O facilitador gerencia o processo criativo assumindo diversos papéis conforme as necessidades:
O Iniciador: abre os canais de comunicação e inicia as discussões, ou promove a melhoria nas comunicações se o grupo já está dialogando.
O Regulador: lembra todas as partes do direito de cada um de expressar suas ideias e de se envolver nas decisões.
O Organizador: estabelece as regras básicas do processo de trabalho em equipe e orienta a equipe nas reuniões iniciais.
O Treinador: instrui os participantes que não ainda não dominam as técnicas e ferramentas de criatividade e de solução de problemas.
O Provedor de Recursos: fornece assistência ao grupo e o põe em contato com fontes externas que podem fornecer informações valiosas e pontos de vista variados.
O Explorador: orienta o grupo no exame de variados pontos de vista e a chegar a conclusões.
O Agente da Realidade: Usa o pensamento crítico para questionar e desafiar os membros da equipe que têm objetivos irrealistas.
O Líder: mobiliza os recursos da equipe para realizar seus objetivos.
Habilidades e características dos facilitadores eficazes
- Facilitadores eficazes conhecem a dinâmica do processo de trabalho em equipe e são experientes no uso de técnicas para manter o grupo focado na tarefa, encorajar o pensamento criativo, construir o consenso e manter todos os membros da equipe engajados.
- São hábeis em criar e manter um ambiente seguro, aberto e cooperativo para todos os membros do grupo. Sabem reconhecer e lidar com comportamentos desagregadores.
- Eles se mantêm neutros sobre o assunto discutido nas reuniões. Eles nunca defendem um ponto de vista, mesmo quando têm uma opinião sobre o assunto discutido.
- Quando necessária a participação de um consultor para assessorar a equipe na solução do problema, deve-se analisar as vantagens e desvantagens do consultor acumular a função de facilitador.
- As habilidades de ouvir e observar são essenciais para os facilitadores. Eles devem estar atentos às nuances, conteúdos, linguagem corporal e outros feddbacks e tudo o mais que impacta o grupo. Eles devem estar sempre cientes do conteúdo (o que está sendo discutido ou decidido) e do processo (como o grupo está agindo).
Os melhores facilitadores combinam firmeza com tato, disciplina com humor. Eles devem saber como intervir efetivamente quando o grupo estiver se afastando do assunto ou paralisados e não se movendo na direção de seu propósito.