Engana-se quem pensa que o comportamento assumido fora do ambiente de trabalho não tem impacto na carreira. Certas atitudes em encontros informais ou características de personalidade podem influenciar negativamente na vida profissional. “O limite entre a vida pessoal e profissional está cada dia mais tênue e as tecnologias contribuíram para isso, permitindo que as informações se espalhem muito rapidamente”, afirma o master coach Bruno Juliani, presidente da Academia Brasileira de Coaching. Para evitar alguns dos deslizes mais comuns, veja sete dicas para não sujar sua imagem:
1. Contar detalhes da empresa nas redes sociais: na internet, a velocidade com que a informação se espalha é enorme. Portanto, qualquer conteúdo impróprio publicado pode facilmente chegar ao conhecimento de pessoas que você nem imaginava. E a informação compartilhada pode trazer danos ao dono do perfil e à companhia. “Na dúvida, compartilhe apenas notícias positivas. Evite divulgar o seu estado de humor, sua insatisfação com a empresa ou com um colega, ainda que fale indiretamente”, afirma Juliani.
Rumores, informações do dia a dia da empresa e fotos comprometedoras suas e de colegas também não devem ser expostos, pois profissionais de recursos humanos estão alertas às redes sociais de candidatos e contratados. “Ter um perfil só para amigos próximos e parentes e outro para colegas de trabalho é uma saída”, segundo Verônica Rodrigues da Conceição, diretora da VR Consulting.
2. Ser pessimista demais: mesmo sendo boa profissional, a pessoa extremamente negativa e que reclama com frequência, ainda que de assuntos relacionados à vida pessoal, acaba perdendo pontos no trabalho. A leitura dos especialistas em carreira é a de que esses indivíduos têm mais medo de se arriscar e, por isso, deixam passar grandes chances de obter o sucesso. “Condicionados a pensar que nada dará certo, é muito comum que essas pessoas também considerem dispensável o investimento em si próprios e que percam a oportunidade de fazer cursos, ampliar a rede de contatos, viajar e aprender coisas novas”, diz a psicóloga Isabella Bertelli, analista de treinamento corporativo da LAB SSJ (Laboratório de Negócios).
3. Não se abrir para novas amizades: quem anda sempre com a mesma turma e resiste a circular por ambientes novos perde a oportunidade de ampliar sua rede de contatos, e são eles que possibilitam o crescimento humano. Observando o comportamento dos outros, aprendemos novas formas de agir e interagir, conhecimento que pode ser aplicado às situações de trabalho. “Para quem tem grandes ambições, o isolamento pode estagnar a carreira ou, pior, fazê-la declinar”, afirma Flora Victoria, fundadora e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Coaching. Ela também explica que quanto mais restritos forem os contatos fora da empresa, menores as oportunidades de ser reconhecido no mercado, de receber propostas e, é claro, de elevar rendimentos e perspectivas.
4. Ser arrogante: “Pessoas arrogantes costumam ser individualistas, centralizadoras, têm dificuldade para se comunicar e se sentem donas da razão. A arrogância é, portanto, um empecilho e tanto à ascensão profissional”, afirma Flora. Esse conjunto de atitudes, dentro e fora do trabalho, acaba minando os relacionamentos, influenciando negativamente na integração e na produtividade da equipe.
5. Não comparecer a happy hours: bater cartão nas reuniões dos colegas não garante que você será o queridinho do escritório, mas não comparecer nunca pode pegar mal. Além disso, vale prestar atenção à forma como você nega os convites, para não deixar ninguém magoado. “De vez em quando, tente passar para fazer um brinde. Não precisa ficar muito tempo, o importante é comparecer”, afirma a consultora de comportamento Joyce Moysés, autora do livro “Mulheres de Sucesso Querem Poder… Amar” (Editora Gente). Em eventos promovidos pela empresa, mesmo que a presença seja opcional, seu chefe espera que você vá. Fique até ser visto e, se preferir, saia à francesa.
6. Não se atualizar sobre os assuntos do momento: mesmo numa simples roda de bate-papo, um pouco de cultura geral é sempre bem-vinda. “Pessoas que se interessam pelo que está acontecendo no mundo constroem mais vínculos e conseguem ser mais críticas”, diz Lucimar Delaroli, consultora da LDelaroli Consultoria. Além disso, estar por dentro de temas que se tornaram populares nas redes sociais, por exemplo, pode ser tão importante quanto conhecer os rumos da economia. Porém, se um tema surgir e você não estiver a par, não finja que sabe do que estão falando. É mais elegante assumir o desconhecimento e procurar se inteirar sobre ele depois.
7. Não dar atenção à saúde: não ter vícios, comer bem, praticar exercícios regularmente e mesmo ausentar-se do trabalho para consultas de rotina demonstra boa autoestima e valorização pessoal. O descuido com essas questões, por outro lado, pode levar à queda no rendimento e até a faltas e licenças frequentes. O que pode até gerar atritos com os colegas. “O grande problema é que as faltas, mesmo que justificadas, acabam impactando a equipe, já que as empresas estão com o quadro de funcionários cada vez mais enxuto. Afinal, alguém terá de assumir as funções do funcionário ausente”, explica a PHD em psicologia Ana Maria Rossi, representante brasileira na divisão de saúde ocupacional da Associação Mundial de Psiquiatria (WPA).
autoras: Louise Vernier e Rita Trevisan
fonte: UOL Mulher