Como administrar a propaganda boca a boca

“A propaganda boca-a-boca é a melhor forma de divulgação para os serviços de Engenharia ou Arquitetura.”

Você já deve ter ouvido essa afirmação inúmeras vezes. E, acredite: é a mais pura verdade. Não existe nada que se compare (em termos de efeito positivo na cabeça do cliente) do que um elogio público, sincero e espontâneo partindo de alguém isento (um cliente satisfeito).

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A decisão de compra de serviços é uma coisa que envolve muito risco percebido por parte do cliente. A diminuição desse risco (e o conseqüente aumento da disposição para a compra) se dá com a obtenção de informações que outro cliente pode dar a respeito do serviço avaliado.

Até aí, com certeza, estamos de pleno acordo. O problema começa aqui: a maioria dos profissionais acredita que “um cliente que recebe um serviço de ótima qualidade ficará satisfeito e falará bem dele, gerando novos contatos de potenciais clientes”.

Em outras palavras, basta ser competente e produzir serviços de qualidade que a propaganda boca a boca será mera consequência. Simples assim!

Triste ilusão! Produzir propaganda boca a boca não é tão simples assim.

Nem todo profissional competente e capaz realiza, SEMPRE, serviços de alta qualidade.

Algumas vezes algumas coisas podem sair errado. Competência absoluta não existe. Erros de avaliação podem ocorrer. E um trabalho que poderia ser excelente pode se perder.

Mas vamos desconsiderar essa possibilidade. Vamos partir do pressuposto de que você sempre fará serviços da mais alta qualidade. Ainda assim…

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Nem todo cliente que recebe um serviço de boa qualidade fica satisfeito.

É verdade. Não é só a qualidade do serviço que conta para a satisfação do cliente. É preciso levar em conta o seu estado de espírito, a sua eventual expectativa exagerada, a sua natural propensão a não gostar de nada… enfim, muita coisa pode contribuir para que o cliente não fique satisfeito, ainda que tenha sido muito bem atendido;
Mas… vamos admitir que você é competente, fez um bom trabalho e o seu cliente ficou satisfeito. O que mais pode haver?

Nem todo cliente que tenha sido bem atendido e que tenha ficado satisfeito falará bem de você para outros clientes.

A coisa não é assim, tão automática. Muita gente não tem essa natural propensão a falar bem dos outros. Muita gente considera que receber um serviço de primeira qualidade é um direito natural e, portanto, nem precisa ser comentado. Além do mais, existe uma regra que parece ser universal: um cliente satisfeito talvez fale bem de você. Um cliente insatisfeito certamente falará;
Portanto, se você fez um bom trabalho e o cliente ficou satisfeito, sinta-se um afortunado caso o cliente fale bem de você. E, se ele falar, saiba que…

Nem todo cliente que recebe um serviço de boa qualidade, fica satisfeito e fala bem de você… fala da maneira correta.

Para convencer um potencial cliente é preciso falar as coisas certas, tocar nos pontos mágicos, abordar a coisa de modo exato. Se nós, que somos engenheiros e arquitetos já temos dificuldade para acertar esse alvo, imagine um cliente que não tem a nossa formação e a nossa experiência. É muito comum o cliente ficar satisfeito mas não saber explicar exatamente o porquê. Além disso…

Nem todo cliente que recebe um bom serviço, fica satisfeito, fala bem de você e fala da maneira correta… fala com as pessoas certas.

Não se vende comida para quem não está sentindo fome. É preciso “vender” para quem é potencial comprador. Um cliente satisfeito pode estar fazendo seu “discurso” para uma platéia de potenciais desinteressados; Se os interlocutores do seu cliente satisfeito não seus potenciais compradores, de nada adiantará os elogios que ele fizer. E tem mais:

Nem todo cliente que recebe um bom serviço, fica satisfeito, fala bem de você, fala da maneira correta e com as pessoas certas… é um bom formador de opinião.

Nem todo mundo é convincente. Nem todo mundo tem poder de influência ou credibilidade para ser um formador de opinião. Muitos clientes, por mais satisfeitos que tenham ficado e por mais que elogiem seus serviços, nunca produzirão um único novo contato para o seu escritório. Porque não são líderes. Não são convincentes. Não têm seguidores.

Em palavras simples: propaganda boca a boca é, sim, muito importante. Mas a sua ocorrência não é uma coisa tão “automática” como muitos pensam. A propaganda boca a boca não é apenas conseqüência natural de um bom trabalho realizado. É preciso conhecer todo o caminho que vai de uma boa prestação de serviços até um novo cliente potencial batendo à sua porta. E agir nesse “caminho” para “fazer a coisa acontecer”. A Política de Propaganda (e também a de Relações Públicas) deve estimular até mesmo provocar a propaganda boca a boca.

Como fazer isto? Não é uma coisa simples. Requer muita sensibilidade, senso de oportunidade e, fundamentalmente, humildade.

Quando um cliente bate à sua porta dizendo que o seu trabalho foi recomendado por Fulano de Tal você precisa entender que não está diante de uma situação corriqueira, natural e que isso é mera consequência natural do fato de você ser competente e capaz.

Você está diante de uma situação excepcional. Uma imensa linha de obstáculos foi vencida desde a conclusão do seu serviço e aquele cliente bater à sua porta.

Há duas coisa importantes a fazer:

Primeiro: atender da melhor maneira possível este novo cliente. Você não pode decepcionar nem comprometer a credibilidade do cliente que falou bem de você. Além do mais, esse novo cliente já chegou com a predisposição para acreditar na sua competência e capacidade. Será mais fácil fazê-lo ficar realmente satisfeito. Aproveite o vento à favor;

Segundo (mas não menos importante): você precisa entrar em contato com o cliente que indicou você. Faça isso por telefone ou pessoalmente (se puder, evite o e-mail). Tenha uma conversa bem franca com ele. Agradeça sinceramente pela ajuda recebida. Mostre a ele como, na sua atividade, a recomendação dos clientes é mais importante do que um anúncio num jornal ou revista. Mostre-se verdadeiramente agradecido.

Além disso, aproveite para encher a bola do cliente. Mostre que você sabe muito bem que não basta falar bem, elogiar e recomendar o serviço de alguém. Que a coisa só funciona quando a pessoa que elogia e recomenda tem credibilidade, liderança e influência. E que, se o cliente novo foi procurar pelo seu serviço isso prova que esse cliente antigo que o recomendou tem isso tudo.

Observe que você não estará bajulando o seu cliente. Nem fazendo elogios exagerados. Estará apenas reconhecendo qualidades que, como já vimos, o seu cliente realmente possui.

Com essa simples atitude (procurar pelo cliente, agradecer e reconhecer o seu valor) você estará estimulando este cliente a continuar falando bem de você. Um cliente que poderia ter falado para duas ou três pessoas agora está recarregado para continuar falando para mais cinco ou seis. Isto é produzir (provocar, estimular) a propaganda boca a boca.

Pense nisso, na próxima vez que alguém procurar pelo seu escritório, dizendo que o seu trabalho foi recomendado pelo cliente “A” ou “B”.

autor/fonte: ÊNIO PADILHA
via: Ligia Fascioni no Facebook.

NOTA IFD: Apesar do texto ser destinado a profissionais de Engenharia ou Arquitetura, achei bem pertinente e cabe bem para outros profissionais. Fica a dica e guardem bem os ensinamentos!

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