Em seu livro, o diretor da Accenture enfatiza a importância para as empresas em aprender a entender e gerenciar a atenção. Ele apresenta diversos dados e situações que comprovam que o enorme volume de informação disponível atualmente e a falta de tempo das pessoas tornam a atenção um recurso cada vez mais escasso. Ele afirma que o grande desafio para um negócio ser bem sucedido é a sua capacidade em chamar e manter a atenção de seus consumidores, empregados e investidores.
No contexto do marketing é simples perceber a proporção desse desafio. Cada vez mais cresce o número de produtos e serviços ofertados no mercado, saturando de opções o consumidor, que diariamente encontra-se diante da difícil tarefa em conhecer essa avalanche de novidades. Isso exige que as empresas invistam maciçamente em mecanismos para divulgar e chamar a atenção do mercado para seus produtos, influenciando as pessoas a consumi-los. Mas a medida que as empresas precisam divulgar e anunciar todos esses produtos, cresce a oferta de informação e o consumidor fica a mercê de um bombardeio incessante de mensagens de todos os tipos, formatos e meios.
Logo, podemos usar a afirmação de Daveport sobre a crescente escassez de atenção para propor que um grande desafio do marketing no atual cenário mercadológico é manter e gerenciar a atenção do mercado consumidor. Mas como cumprir essa difícil tarefa? Bem, vamos apresentar o papel da Internet no contexto da Economia da Atenção, demonstrando sua importância estratégica na formulação de um planejamento de marketing para gerenciar a atenção dos consumidores.
Segundo o Forrester Research, a Internet será, até 2005, a mais importante ferramenta para gerenciamento de marcas, que é o item primordial no contexto da economia da atenção, pois é a marca quem define a identidade de um produto ou serviço (ou seja, é a sua alma!). Os produtos vão ganhar muito mais atenção e destaque no mercado se existir uma relação de identidade, relevância e paixão entre público alvo e marca, e a Internet está cada vez mais presente no processo de construção da relação de amor entre marca e consumidores.
Outro aspecto importante a ser analisado é o comportamento on demand da Internet. Ao digitar o endereço de seu web site, o consumidor está, de forma espontânea, definindo o que quer ver e por quanto tempo. O volume de visitas ao seu web site, o tempo médio de permanência, as atividades mais realizadas durante a navegação e a periodicidade com que as pessoas retornam ao seu web site são dados que permitem conhecer mais sobre quem está espontaneamente prestando atenção em você, tudo isso em tempo real.
O meio digital está criando cada vez mais grupos virtuais, chamados de comunidades on-line, onde surge a ocorrência do marketing consumer-to-consumer (consumidor para consumidor), onde acontece a tradicional propaganda boca-a-boca. Mas nas comunidades on-line, isso ocorre em larga escala e de forma muito mais dinâmica e rápida. Esse é o ambiente perfeito para conquistar atenção, a partir do momento que exista algum contexto entre sua empresa e a comunidade on-line. Por isso, empresas começam a criar suas próprias comunidades on-line para saber mais sobre seus consumidores, fideliza-los e gerenciar a atenção desse público.
O comércio eletrônico é outro fator determinante numa estratégia de gerenciamento da atenção, pois o processo de venda e pós-venda on-line, quando bem implementado, possibilita gerenciar hábitos de compra mesmo em larga escala de varejo. Estamos falando em dar atenção individual e personalizada a partir do perfil de cada consumidor, podendo oferecer um grande volume de opções de compra com atendimento personalizado, o que pode representar maior volume médio de venda em cada compra, maior índice de recompra e diminuir a periodicidade na compra.
É claro que a Internet não será, por si só, a solução para alinhar seu negócio no novo ambiente de negócios criado pela Economia da Atenção. É preciso pensar (e repensar) diversas práticas, processos, estratégias e atitudes. Mas o fato é que a Internet apresenta ferramentas importantes para compor um conjunto global de estratégias e ações para interagir, conhecer, conquistar e reter consumidores. O futuro ainda apresentará muitas mudanças na forma das empresas fazerem negócios, mas é fundamental estar alinhado desde já com essas novas tendências para que a organização possa preparar-se para aproveitar as oportunidades e minimizar as ameaças neste novo cenário.
autor: Gilber Machado
fonte: e-brand