O ponto de partida para um projeto gráfico é ter a concepção da mensagem que queremos emitir. Tal visão deve ir ao encontro do objetivo da comunicação, ou seja, a mensagem deve estar totalmente clara em nossa mente, pois só assim poderemos seguir os passos na ordem correta.
O primeiro passo é criar o texto comunicativo, o qual deve ser adequado ao objetivo da comunicação. Convém utilizar palavras de um mesmo campo semântico, isto é, que tenham ligação próxima com o tema da peça. Há várias técnicas de redação, por isso, é importante ler muito sobre diversos assuntos, além de realizar uma leitura específica de auxílio, como a obra Redação publicitária – a prática na prática, de Zeca Martins. Não se pode esquecer, é claro, da tipografia, pois não basta ter um ótimo texto, a fonte usada deve ser coerente com a mensagem.
O segundo passo refere-se à cor a ser usada. Refletir sobre o objetivo da comunicação pode deixar as coisas mais fáceis aqui. Por exemplo: se o objetivo for comunicar a chegada de algum novo produto no mercado, relacionado à tecnologia, uma opção certamente seria um tom de azul; caso se trate de um anúncio de pizzaria, a cor vermelha seria indispensável.
Pense na cor como sendo um elemento de grande importância e, por isso, deve ser coerente com o objetivo do job. Há diversos estudos sobre cores. Essas pesquisas vão desde como a luz influencia na composição da cor, quando em contato com pigmentos, o que nos remete à física; passando pelo significado das cores – como as pessoas reagem quando expostas a determinadas tonalidades, o que nos é mostrado pela psicologia – e ainda se ramificam em uma infinidade de estudos.
É importante que o designer conheça muito bem as cores. Para um aprofundamento maior sobre o tema, consulte o livro de Israel Pedrosa, Da cor à cor inexistente.
O terceiro passo é: tendo o texto comunicativo e a cor (ou cores) adequadas, o designer deve pensar em símbolos para representar, com precisão, a mensagem. Cada símbolo inserido na peça deve ser cuidadosamente analisado, assim como também as palavras que compõem toda a parte textual da peça. É aconselhado evitar elementos simbólicos que levem o receptor da mensagem a uma interpretação ambígua, pois isso criaria um ruído grave, um desvio do objetivo da comunicação. Conhecer semiologia é outra ferramenta indispensável para o designer. Um ótimo livro que trata do assunto é Sinais e símbolos – desenho, projeto e significado, de Adrian Frutiger.
Para finalizar o trabalho com arte em grande estilo, deixo uma importante dica: se possível, espere alguns dias para publicar a peça, pois, com ela já mentalizada pode-se melhorá-la muito, tanto o texto quanto a arte em geral. É possível que algo visualizado nos remeta à idéia referencial da peça, ou ainda em sonho. O importante é ficarmos atentos e não deixarmos passar nada que possa ser acrescentado ao trabalho. Tenha em mente, principalmente, o objetivo da comunicação. Assim, certamente você perceberá novos símbolos no seu dia-a-dia.
autor: Marcos Roberto Batista
fonte: designgrafico