Os jogos eletrônicos já fazem parte do cotidiano de pessoas de diferentes idades há décadas. Desde que o nostálgico Atari entrou nas casas brasileiras até a popularização dos jogos em tablets e smartphones, diversas gerações já os incorporaram em suas atividades de entretenimento. Com o tempo, eles contribuíram para que os seus elementos e personagens se tornassem importantes ícones culturais.
Devido ao grande alcance que os jogos tem no Brasil, a prática de anunciar marcas, produtos e serviços nos games tem se tornado cada vez mais comum – são os chamados advergames.
Além de ter uma excelente margem de segmentação, já que o público consumidor dos jogos é bastante fácil de identificar, a exposição dos produtos consegue alcançar um patamar que não se observa em outras mídias. Afinal, os jogos trazem aos seus usuários um universo particular e repleto de possibilidades.
Importância cultural dos games
A abrangência dos games tem se fortalecido de tal forma que já transbordou para outros aspectos da tecnologia e do universo popular. Um exemplo foi a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2016, em que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, apareceu em campo vestido como o personagem título do jogo Super Mario Bros, um dos mais populares na década de 1990 no Brasil.
Pouco tempo após o evento, a procura pelo jogo e consoles aumentaram 250% no país.
Como funciona um advergame?
Basicamente, o advergame é um jogo no qual é promovido um determinado item, seja ele um produto, evento, ideia ou marca. A ideia é torná-lo atrativo aos olhos do público e buscar uma perspectiva diferenciada e baseada no lado lúdico e dinâmico da coisa.
A inserção no game pode ser feita de três formas. A primeira delas é a associativa, que se vale da promoção visual para poder levar o item ao usuário. Por exemplo, uma marca pode ser mostrada em placas e produtos que aparecem ao longo do game.
Essa forma de trabalhar é bastante parecida com o merchandising que se observa na televisão quando um determinado personagem possui um produto ou faz uso de uma determinada marca. Praticamente não existe interação entre o item promovido e o usuário, mas a exposição visual é bastante grande e perceptível pelo usuário.
A segunda modalidade é através de ações ilustrativas. Elas podem contemplar promoções e outras formas de interação o usuário, mesclando a realidade virtual com a concreta. Um bom exemplo é a venda dos itens diversos que aparecem no jogo com valores promocionais ou em exclusividade para os usuários.
Mas a mais famosa das formas de estruturar um advergame é por meio da interação entre os usuários e o jogo em si. Isso significa que o usuário pode usar e interagir com o item no próprio ambiente virtual.
Essa técnica é bastante utilizada em jogos educativos, no qual o conteúdo programático é adaptado para uma métrica divertida e adequada aos seus propósitos. E se engana quem pensa que essa é uma exclusividade dos games infantis – a estratégia vem sendo usada cada vez mais para levar ideias e produtos até o seu público de interesse.
“Os Ensinos a Distância (EaDs) utilizam muito essa terceira técnica para ensinar conteúdo aos seus alunos – e as marcas podem aproveitar essa oportunidade, por exemplo, para alcançar estudantes de uma determinada área”, conta Pablo Coelho, gestor da Produtiva .
Ampliação da distribuição faz games alcançarem mais gente
Com a popularização dos dispositivos móveis e uso da internet, os jogos deixaram de ser acessíveis somente aos que possuem um console adequado.
Atualmente, praticamente qualquer aparelho permite a execução de jogos de estruturas que vão das mais simples às mais complexas. Aparelhos simples são capazes de oferecer uma experiência de boa qualidade ao usuário.
O uso de acessórios e gadgets variados também tem se intensificado – afinal, muitos usuários preferem adquirir uma complementação para o aparelho que já possuem do que ter que comprar um novo equipamento.
As mídias sociais também são importantes aliadas do advergame. A possibilidade de compartilhamento é uma das mais eficientes formas de atingir um enorme escopo de público em potencial, já que as pessoas tendem a ter círculos de amizades com interesses semelhantes.
Resultados, dados do game, promoções – tudo isso pode ser compartilhado nas redes e levado a diversos outros usuários. Assim, a abrangência do advergame se torna ainda maior e muito mais direcionada aos que realmente se interessam pelo assunto em pauta, podendo se identificar com o jogo e com as ideias e marcas contidas nele.
autor: Dino
fonte: Exame Negócios